Quem nunca questionou a Deus com um solene “POR QUÊ”?

Qualquer cristão que tenha passado por algum desgosto ou sofrimento, se não fez, pelo menos pensou em perguntar ao Soberano Eterno: “Por quê, Senhor?” Algumas vezes conseguimos entender depois a graça do Pai nos alcançando ou nos beneficiando com algo maior. O que de fato sabemos é que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”, quer entendamos ou não. Desde a antiguidade, continuando com o início da Igreja em Atos dos Apóstolos, o povo de Deus sempre passou por momentos difíceis.

Gostamos de ler e buscar Atos 1:8, bem como os milagres efetuados pelos apóstolos logo após a descida do Espírito Santo em Atos 2:4, e admiramos a maneira sobrenatural como a igreja crescia sobremaneira. Todavia, ao chegarmos no capítulo 8 de Atos, aparentemente temos uma controvérsia. Dá a impressão que Deus não estava feliz com os primeiros cristãos e resolveu tratá-los com severidade. Um período tão abençoado e com respostas de oração tão impressionantes não poderia ter evitado essa perseguição violenta? Os apóstolos não deveriam ter “repreendido os poderes das trevas” impedindo esse aparente mal? Afinal, a recomendação paulina é para orarmos pelas autoridades para termos dias tranquilos, certo?

A vida da igreja primitiva estava indo muito bem, aliás estava tão bem que pensar em deixar o conforto de Jerusalém para levar a mensagem até aos confins da terra, talvez fosse algo que pudesse esperar. Entretanto, um olhar mais atento notará que Atos 1:8 vs. Atos 8:4 demonstrará a urgência divina em noticiar que o céu finalmente estava aberto aos filhos dos homens e todos deveriam saber espalhar a boa nova com rapidez.

Teria esse evento do 1º século alguma relação com a Pandemia dos nossos dias? Muita gente boa tem partido, obreiros frutíferos, crentes sinceros, pessoas que honravam a causa do evangelho. Não nos parece um contrassenso? Nesses tempos de tanta corrupção, não deveriam ser poupados pelo menos os fiéis? Todavia, se atentarmos com mais precisão, notaremos que, se Deus acelera o retorno glorioso do nosso Salvador exaltado, será que é “por acaso” que nesses tempos tecnológicos as igrejas evangélicas foram “obrigadas” a usarem da internet para propagarem a mensagem preciosa? Acredito que muitos, pelos mais variados motivos, ainda tinham até preconceito sobre o uso dessas ferramentas “modernas”. Hoje, porém, ninguém há que fique de fora, e a mensagem tem sido propagada.

A nossa tendência natural e humana é nos acomodarmos à rotina do dia-a-dia e a buscar o conforto que essa vida terrena pode oferecer. Mas, nosso Pai nos quer em Sua casa. Nosso Mestre foi preparar nossa morada definitiva, e como declarava uma bela canção de alguns anos atrás, “Deus tem seus caminhos, tem seus próprios planos!”.- Aliás, já dizia Jó milênios de anos atrás, que nenhum dos planos e propósitos divinos podem ser frustrados. Cabe a nós não desperdiçarmos as oportunidades que o Senhor da seara está nos dando. Seja uma perseguição, como nos tempos de tribulação, ou o impedimento para nos reunirmos em nossos templos, o que importa mesmo é que, seja por amor ou forçosamente, “é necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações.” (Marcos 13:10)

Dr. Assis Silva